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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 31-1

31-1

Efeito de diferentes comprimentos de onda de luz visível na atividade enzimática e produção de biomassa micelial de Panus strigellus

Autores:
Bruna Milagres Ribeiro (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE) ; Thiago Teodoro Santana (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE) ; Katielle Vieira Avelino (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE) ; Marisangela Isabel Wietzikoski Halabura (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE) ; José Roberto Bello (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE) ; Juliana Silveira do Valle (UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE)

Resumo:
Considerada uma alternativa promissora para obtenção de moléculas de interesse, a cultura submersa de fungos basidiomicetos é um processo rápido que produz biomassa micelial em quantidade, dispensando o tempo necessário para a produção de basidiomas. Além disso, as enzimas extracelulares podem ser facilmente recuperadas a partir do meio de cultura e o próprio micélio pode ser utilizado para outros fins, como a extração de compostos bioativos. Diversos fatores afetam a taxa de crescimento do fungo e a produção de enzimas, como a composição do meio, nutrientes disponíveis, relação entre carbono e nitrogênio, quantidade de inóculo, temperatura, pH, taxa de aeração, umidade e luminosidade. Fungos possuem receptores sensíveis à luz que respondem a diferentes comprimentos de onda, como luz azul, verde e vermelha. A compreensão da fisiologia de diferentes fungos e como a luz pode afetar seu metabolismo é de interesse biotecnológico. Este estudo examinou o impacto de diferentes comprimentos de onda de luz no crescimento micelial e atividades enzimáticas de Panus strigellus, um fungo nativo pouco explorado com potencial para aplicações biotecnológicas. Realizou-se o cultivo em meio líquido na ausência de luz e sob luz azul (450-495 nm), verde (405-570 nm) ou vermelha (620-750 nm). No 15º dia, a biomassa micelial foi separada e quantificada, enquanto o meio de cultivo foi utilizado para determinar atividades enzimáticas. Houve produção de biomassa micelial em todos os cultivos de P. strigellus, variando de 2,95 a 3,30 g L-1, sem diferença estatística entre os cultivos na presença ou ausência de luz. A iluminação contínua, particularmente a luz vermelha, produziu diferenças significativas nas atividades enzimáticas. Quando cultivado sob luz vermelha, P. strigellus apresentou maior atividade de celulase total (1822 ± 63 U L-1), um incremento de 57 e 30% em relação ao cultivo sob luz verde e no escuro, respectivamente. Em relação à endoglicanase (CMCase), o meio cultivado sob luz vermelha apresentou atividade de 4769 ± 1012 U L-1, valor superior aos cultivos sob iluminação azul, verde e na ausência de luz (aumento percentual de 57, 38 e 46%, respectivamente). A atividade de lacase foi de 23298 ± 1832 U L-1 no cultivo sob luz vermelha, valor 88, 18 e 17% maior que o cultivo sob luz azul, escuro e luz verde, respectivamente. A atividade de pectinase também foi maior sob iluminação vermelha (22351 ± 5072 U L-1). Os valores foram significativamente superiores às atividades dos cultivos no escuro e luz verde (aumento de 23 e 67%, respectivamente). A atividade de xilanase na luz vermelha foi de 10222 ± 647 U L-1, valor 34 e 28% superior ao cultivo no escuro e sob luz verde, respectivamente. Destaca-se que o cultivo sob luz azul inibiu as atividades de celulase total, pectinase e xilanase. Não há, até o presente momento, estudos publicados que relatem a influência de diferentes comprimentos de onda de luz sobre a produção de biomassa micelial e atividades enzimáticas de P. strigellus cultivado em meio líquido. Os resultados sugerem que o uso estratégico da luz, especialmente na faixa do espectro vermelho, pode ser uma ferramenta promissora para otimizar a produção enzimática de fungos. São necessários estudos adicionais para compreensão dos mecanismos subjacentes aos efeitos da luz e explorar seu potencial em aplicações práticas na indústria biotecnológica, visando maximizar a produção de compostos de interesse e a eficiência dos bioprocessos.

Palavras-chave:
 basidiomicetos, diodo emissor de luz, iluminação, enzimas


Agência de fomento:
Universidade Paranaense (UNIPAR), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES - código financeiro 001) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)